terça-feira, 15 de abril de 2008

1 Minuto

Não sei como surgiram as homenagens póstumas de 1 minutos de silêncio e me falta o tempo para pesquisar e descobrir( se alguém souber, adoraria saber). De qualquer modo acho que cabe um minuto de silêncio, como homenagem a menina Isabella, mais pela violência que representa o assassinato e também para as outras milhões de crianças e adolescentes mortos na última semana na África, sobre as quais não se noticia, por ser rotineira tal mortalidade, torçamos para que, por mais paradoxal que seja, não deixemos de noticiar sobre os absurdos desse nosso Brasil que só fazem crescer.


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Paradoxo do Exagero

Nesses últimos dias todos que habitem a Via Láctea, humanos ou não, acompanham o caso, chocante e bárbaro, da menina Isabella Nardoni. Há um impressionante exagero na cobertura das mídias, de toda natureza, sobre o caso.

Veja que o que mais impressiona é que, apesar do sem número de acontecimentos e infirmações novas(tema aludido no texto anterior), há um esgotamento, um foco excessivo em determinado assunto. O grande absurdo dentro de tudo isso( se é que se pode ressaltar apenas um) é que, apesar de enfadonho, repetitivo e gritantemente apelativo, todos esperam por notícias do assassinato, de modo que aqueles que não veiculam tais manchetes serão alvos de críticas tão acintosas quanto aqueles que as transmitem sem parar.

Estamos diante de um Paradoxo do Exagero, no qual ou noticia-se mais ou ainda para-se de pronto. Em qualquer dos cenários haverá críticas. Como acertar? Impossível.

Evidente que a grande discussão aqui não pode ser a veiculação ou não de notícias sobre o caso da menina que foi assassinada brutalmente, mas o próprio fato de alguém lançar mão de tal covardia contra uma criança. Receio que o para redigir sobre o tema teria de controlar minhas emoções, e por ora, diante da ignorância e a violência do acontecido não posso.

Torçamos para que o exaurimento das notícias não crie uma reciclagem do caso toda vez que algo, ainda que remotamente, relembre (relemblala.blogspot.com) o caso da menina Isabella.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Caos Informativo

É difícil determinar sobre o que escrever. Não pela falta de temas ou informações, mas, pelo contrário, pela abundância deles. Recebemos tantas informações, propagandas, reportangens, notícias, etc... que fica quase impossível absorvê-las e triá-las de modo a se repassar apenas aquilo que seja realmente interessante ou útil.

Ressalta-se hoje em dia, que o acesso a informação é muito maior, que as notícias viajam em tempo real, de modo que tudo que ocorre em qualquer lugar do mundo é notícia em qualquer fuso horário do planeta no mesmo segundo. Difícil é determinar até que ponto isso é uma vantagem e não um "caos informativo". Como distribuir o tempo do dia-a-dia de modo a absorver e triar todas as infórmações que chegam até nós sem apenas absorver algumas por absorver e ainda conciliar tudo isso à uma rotina de trabalho, academia, trânsito, para alguns, filhos, e outros problemas diários?

Ainda não sei a resposta para essa, bastante ampla, pergunta, se alguém souber comentários abertos para uso.

terça-feira, 4 de março de 2008

535,...536,...537,...

Evidentemente todos que moram ou passaram por São Paulo já participarão de um espetáculo chamado Trânsito. Ele acontece todos os dias, em praticamente todas Avenidas, no seu elenco estão Carros(muitos deles), Semáforos, Motoboys, Motoqueiros(não confudem os dois últimos), Ônibus, Caminhões e uma [!!!538!!!] participação em peso, da estrela do show - o Stress. Quem falta nisso tudo é o tempo e a paciência, por indisponibilidade estes ficaram presos num congestionamento e não puderam comparecer.
Andei pensando e cheguei a conclusão de que o trânsito é como uma fila, [!!!539!!!] daquelas com senha para atendimentos presentes nos mais diversos espaços de atendimento. Basta estar na rua que já se está com sua senha - por exemplo - Senha 5 345 876 - fila Luis Carlos Berrini - Atendimento guichê "Casa" ou ainda "Academia" - Basta esperar e com o tempo [!!!540!!!] e muita paciência o atendimento chegará. É bem verdade que existem "filas mais burocráticas" do que outras e portanto mais lentas no atendimento. Horários de pico na procura das mesmas.
Existe outro ponto intere - !!!! 541 !!!! ... Senhor ...próximo ..541!!- Chegou minha vez...
Escrito no trânsito, na Avenida Morumbi, muito provavelmente num espaço de 15 metros que me separava da entrada do meu destino. Peguem suas senhas!!!!!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Um Presidente sem Senado




Passada a primeira votação, referente ao primeiro processo por quebra de decoro parlamentar, pelo qual respondeu o ainda presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, há de fazer uma reflexão sobre os resultados de tal apuração: seus vencedores e seus perdedores.

Muito simples é, a tarefa de aferir quais são os perdedores. Em grande escala e principalmente a população, a sociedade civil brasileira que mais uma vez viu um escandâlo de proporções homéricas "começar a terminar em pizza", em segundo, mas de modo também aviltante, o Poder Legislativo, em especial a Casa do Senado, que se vê agora em piores lençóis do que aqueles em que outrora se encontrava, por fim, e não menos relevante, a imagem que o brasileiro tem da política, um meio fundamental para o atingimento de resultados em plano nacional, e que no Brasil se tornou sinônimo de bandidagem e corrupção, quantos anos haverão de passar para que a imagem dos eleitos(ou não) melhore frente a população?

Mas então quem ganhou com o que ocorreu?! Em verdade, apenas o réu. Calheiros agora sai fortalecido, não só por ter vencido pelo voto dos colegas, mas por ter resistido por quase 120 dias no cargo, enfrentando pressões de todos os lados, classes e maneiras. Sai fortalecido pelo absurdo que parece poder, um homem condenado pela sociedade, ser inocentado pelos representantes desta última. Parece-me até que alguns dos demais Excelentíssimos senhores senadores colegas de Renan o temem agora, como se teme uma besta mitológica, ou as forças da natureza, ou, mais simplesmente, tudo aquilo que não se explica, não se prevê, não se pode evitar. Renan Calheiros parece hoje invencível.

Escapa-se porém da "real" realidade ( já que depois de alguns absurdos já acredito em duas realidades distintas: a "real" e a de Brasília). Renan "derrotou" a oposição, a mídia de um modo geral e a auto-estima e a esperança da sociedade pátria, mas no processo se tornou um Presidente sem Senado para presidir. Com, pelo menos, metade da casa contra a permanência do Senador Alagoano a frente da mesa do Senado, pautas importantes para a sociedade, como a Reforma Tributária, ou para o governo, como a aprovação da prorrogação da CPMF( Cobrança Perman... Provisória sobre Movimentações Financeiras), não sairão do papel.

A Política e o modo pelo qual "gerem" nosso Estado é curisoso e até certo ponto irônico: Tinhamos um presidente do Senado corrupto e a situação parecia péssima com ele a frente das votação do Conselho de Senadores ; Agora, contudo, continuamos com o mesmo presidente, mas sem um Senado para votar tais pautas. Parece que quanto mais nos movemos mais afundamos nessa lama movediça( sim lama por conta da sugeira que nos assola) que se tornou a conjuntura político-administrativa nacional.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

"Vou para casa rezar"


Passados os problemas, as ansiedades e inseguranças do início, podemos, finalmente, começar.


Hoje comemora-se o Shana Tova, ano novo judaico, eu sei disso não por ser judeu, não por estudar sobre religiões, mas única e exclusivamente, porque tentei combinar com um amigo, que é judeu, para que assistissimos ao jogo da seleção brasileira de futebol contra o time mexicano, e ele me confessou não poder pois teria jantar comemorativo em famíla, por conta do feriado já aludido. A essa altura qualquer um que leia esse primeiro parágrafo deve estar imaginando pelo menos duas coisas: 1a. O autor se confundiu no que tange ao título e sua conexão ao texto; 2a. Esse é mais um blog que relata o dia-a-dia de alguém, normal, igual a todo mundo; Pois confirmo a quem lê, tais proposições não são verdade, observe:

Além do feriado judaico, o dia de hoje também marcou a data da votação sobre o primeiro processo, movido pelo PSOL, contra o atual Presidente do Senado, Senador Renan Calheiros, por conta de quebra de decoro parlamentar por recorrer a um lobista da empreiteira Mendes Jr., para pagar despesas pessoais. O resultado de tal votação causa no mínimo espanto e , em última análise, revolta, indignação e dúvida, seja sobre a credibilidade das instituições, seja sobre o futuro do país. O problema, contudo, me parece muito mais simples e, por conta disso, muito mais grave e preocupante.

O que esse resultado de hoje nos mostra? Sim, uma grave crise institucional e ética, que sá, moral no país, ou ainda, de um modo, mais abrangente, na Nação brasileira; Um completo descaso e desrespeito para com qualquer brasileiro, sim isso também. Tudo isso é claro e evidente e aparece nos jornais quase que diareamente. Há porém de se aferir os motivos que levaram os senadores a votar pela absolvição de Calheiros ou pelo arquivamento do processo.

Há duas possibilidades: 1a. (aquela mais difundida e popular), os políticos, no caso senadores, todos, com raras exceções, estão envolvidos nos esquemas de corruptção e nos inúmeros trambiques do plenário nacional; ou 2a. Há uma real incompetência, ignorância, negligência ou falta de preparo dos nossos senadores em permitir e planejar tais lambanças. De qualquer modo, qualquer dos motivos que seja, estamos diante de um cenário aterrorizanteno qual, dentro da primeira hipótese, temos verdadeiros bandidos regendo, pelo menos, as casas legislativas do país ; e na segunda pessoas sem qualquer preparo ou distinção cívica, moral ou ética no comando das mesmas casas, ou ainda o pior, uma mistura dos dois organismos, mistura na qual um possibilita ao outro executar suas manobras.

Soma-se à isso um povo apolítico e temos uma equação perigosa, pela qual o resultado só pode ser um: um resultado catastrófico. No fundo o feriado judaico, que comemora o presságio de um novo ano, assim como no calendário Augustiniano, dava esperanças de um novo panorâma para a politica pátria, mas tais vexames, tais "pizzas" acontecem Hoje e Ontem ... Amanhã?!?


Shana Tova - Feliz ano novo à todos, judeus ou não. Ano novo sem estourar champangne, mas estourando de vez os limites da política nesse nosso Brasil. Feliz ano novo, meus pesames...


"Vou para casa rezar"- a frase que dá título ao texto, foi o único comentário proferido pelo ainda Senador Renan Calheiros, após sair da sessão do plenário que votou pelo arquivamento do processo por quebra de decoro, antes que o mesmo senhor Renan se dirigisse para sua residência oficial na Península dos Ministros, Lago Sul, em Brasília.

O Primeiro texto - A tensa inclinação à expectativa

Bom o primeiro texto, a primeira "postagem", é algo que me dá um enorme nervosísmo. Há de se perguntar porque alguém que se propõe a escrever um caderno público, que, em última instância, tem o único próposito de publicar suas idéias pela via dos textos, teria receio e nervosísmo para redigir e publicar o primeiro deles.

A Resposta(aqui com letra maiúscula pois se trata de ponto chave para o que se seguirá) é bastante simples na verdade: o primeiro texto é aquele que muitas vees dará a cara, o formato, a linha de produção do caderno, não necessariamente aquela que ele terá, mas aquela pela qual haverá expectativa dos terceiros em relação à ele. Assim como quando se é pessimamente atentido em um determinado estabelecimento, é díficil imaginar que uma segunda visita terá melhor sorte, a inversa também é verdadeira. Dá analogia citada comprovo e demonstro meu receio, se o primeiro texto for um bom atendimento pode haver a vontade e o prazer em uma segunda, terceira, quarta... visita, se não...

A fragilidade, quase infantil, das idéias que começam a tomar forma e a dificuldade em definir o tema, o modo de abordagem do tema ou até do modo de redação do mesmo me dão calafrios. Aparentemente e, a exemplo, do problema das introduções, parece não haver solução para tal problema que não seja redigir um texto inicial, aquele que dará origem, não só ao caderno, mas a toda expectativa criada em torno dele.

Parece-me que o aludido problema fora resolvido no momento em que iniciei a redação deste texto, de tal sorte que o próximo não será mais o primeiro e sim o segundo, aquele que não cria expectativas, mas sobre o qual estas recaem.